Ao ultrapassarmos a década de 60 com suas descobertas, movimentos, transmutações, etc., viajamos num trem-expresso pelas décadas seguintes, aos atropelos, avanços tecnológicos e mudanças expressivas rapidíssimas, para descermos no pós-modernismo com a Revolução Sexual já instalada há mais de 60 anos.

Uma longa viagem parecia trazer a derrota aos preconceitos e restrições sexuais. Porém o homem moderno, embriagado de novidades, impregnado de sua cultura, dissociado da percepção de si mesmo e sob efeito dos “estigmas” familiares, distanciou-se cada vez mais de sua natureza primária, isto é, da sua beleza, liberdade, graça, sensação corporal e espontaneidade, passando a conviver mecanicamente com seu cotidiano visceral e relacional, restringindo o seu potencial vital e anulando o seu prazer.

Instalou-se uma insatisfação na qual pessoas parecem padecer de uma não sintonia com os seus próprios apelos, sensações e inter-relações, vivenciando a dificuldade de responder a essa demanda vital: a sexualidade.

E esta não só é a expressão biológica do corpo, mas também, do ser que deseja, não elege e ama; do ser desperto a si mesmo, no qual pulsam as emoções e sentimentos que o fazem sentir plenamente existir. Ela é a linguagem que será tanto mais harmônica quanto mais integrada à sua natureza interna, externa e com o outro, a pessoa venha a ser.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

KUSNETZOFF, Juan Carlos. O homem sexualmente feliz. Do mito a verdade científica. Tradução Anilde Werneck. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1987.
LOWEN, Alexander. Bioenergética.Tradução de Silvia Mourão Netto. São Paulo: Summus, 1982.
REICH, Wilhelm. A revolução sexual. Copyright by Zahar Editores. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1982.
TONELLA, Guy. L'analyse bioénergétique. Paris: Editions Morisset, 1994